COLETIVO

 


O Coletivo Areia: pesquisa artística e criação em/com dança (anteriormente Projeto Areia: invenções interculturais em dança) foi apoiado pela Secretaria de Cultura Artística (Secult-Arte) da Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Programa Bolsa Arte, durante o ano de 2020. O grupo figurou-se e figura-se como uma possibilidade de adentrarmos artisticamente em assuntos abordados na disciplina Raça, Etnia e Sociedade (dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Dança da UFC), articulando-os a questões interculturais, estéticas, políticas, socioambientais e ecológicas urgentes e caras ao tempo presente. 

Conduzimos nosso caminhar com a pesquisa artística possibilitando espaço e tempo para experiências de subjetivação e criação das/des/dos agentes envolvidas/os/es na pesquisa, de modo que conexões sejam potencializadas e o respeito — olhar horizontalmente para o outro, levando-o seriamente em consideração — seja requisitado, o que consideramos de suma importância de se trabalhar com estudantes, educadoras/es, artistas/es e públicos para desestabilizar hierarquias de valor ainda operantes e mesmo resistentes em nossas relações.

Dentre as ações do Coletivo Areia estão horários de estudos compartilhados, experimentações artísticas, rodas de conversa, oficinas, conferências dançantes, apresentações artísticas, publicações, parcerias com artistas-pesquisadoras/es e grupos de pesquisa, entre outras. A aposta do grupo é na pesquisa artística como criação e experimentação continuada que nos possibilita conhecer contrapondo-nos a relações de dominação que ainda geram pensamentos e fazeres em dança, arte, educação e vida.

Em nossos encontros, nos atentamos à respiração, meditamos, nos alongamos; experimentamos procedimentos de improvisação e composição em/com dança, valorizamos o tocar e ser tocado, a propriocepção (cinestesia), o acionar dos sentidos do corpo para criar poeticamente; atentamo-nos aos funcionamentos de nossa atenção e a procedimentos singulares que cada integrante do coletivo dispõe para tecer seus processos de criação e composição. Isso favorece a invenção/problematização e reflexão sobre e com os caminhos e métodos que tecemos e que nos tecem para compormos artística e pedagogicamente, gerando conhecimentos em arte na articulação com o(s) mundo(s). Propomo-nos também a ter convidadas/os/es compondo nossos encontros, onde sempre há espaço para que danças emerjam, sejam tecidas.

No segundo semestre de 2019 foram realizadas duas rodas de conversa com importantes personalidades, tanto do ativismo negro feminista em Fortaleza, como da religiosidade negra e indígena em nossa cidade. Tais rodas de conversa impulsionaram a criação do Coletivo Areia. A primeira roda teve como tema as Identidades Negras no Tempo Presente e como convidada Sarah

Nobre do Instituto Negra do Ceará (Inegra). A segunda roda de conversa teve como tema a Espiritualidade Indígena e Negra em tempos de Polarização, tendo como convidados a Pajé Raimunda (Povo Tapeba) e o professor William Calhoun (Filosofia Yorubá — IFÁ). Ambas as rodas contaram com coordenação da professora Emyle Daltro e mediação de estudantes matriculadas/os/es na disciplina Raça, Etnia e Sociedade, que hoje integram o Coletivo Areia. Além das rodas de conversa, ainda no segundo semestre de 2019, alguns integrantes desse coletivo atuaram juntos para estrear o trabalho cênico Folharal, com Emyle Daltro (artista da dança) e Bruno Esteves (músico) em cena e com a iluminação de Tieta Macau, figurinos de Carlota e assistência de produção de Mayara Barcelos. Esse trabalho artístico também motivou a criação do Coletivo Areia.

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